terça-feira, 22 de junho de 2010

Terra dos Pássaros















EXPOSIÇÃO “TERRA DOS PÁSSAROS”



A Galeria Theodoro Braga, CENTUR, apresenta ao público uma viagem ao mundo dos Cordões de Pássaros, com exibição de adereços, figurinos, vídeos e fotografias.

Uma das mais tradicionais manifestações culturais do Estado, o Pássaro Junino se mantém ano após ano com fôlego renovado. Música, teatro, dança e literatura se fundem nessa expressão ligada intimamente à cultura popular paraense. A Galeria Theodoro Braga, dentro do Projeto GTB que visa a dinamização do espaço expositivo, num diálogo com a arte popular, apresenta a exposição “Terra dos Pássaros”, mostra de adereços, fotografias e vídeos desta importante manifestação folclórica tipicamente paraense.
As fantasias dos personagens, cuidadosamente costuradas e bordadas à mão pela própria comunidade, ganham vida no período da quadra junina como um dos espetáculos mais antigos da região. Os Pássaros Juninos talvez não tenham recebido nos últimos tempos a devida atenção que merecem; contudo, atravessam décadas para mostrar aos próprios paraenses que são fortes e pertencem ao Estado.
De acordo com alguns estudos, a tradição dos Pássaros como uma tradicional opereta, e mais recentemente com uma roupagem carnavalizada, é uma manifestação exclusiva do Pará. Criado por artistas populares no séc. XIX, por volta de 1877, coincidindo com a inauguração do Teatro da Paz, enquanto forma de teatro popular musicado, os Pássaros assemelham-se a gêneros franceses, como a opereta, o teatro de revista e o vaudeville. O ritmo transita entre valsa, baião, bolero, canção, mambo, marcha carnavalesca, quadrilha, rumba, samba, carimbó e outros tantos. Caracteriza-se por uma colagem de linguagens, entre sketches de teatro burlesco, números de dança, gags de humor, e números musicais, e estão divididos em dois estilos: o Melodrama Fantasia, que se adequou mais ao teatro, pois precisa ter o fechamento das cortinas; e o Cordão de Pássaros, uma forma mais carnavalizada. Mas nem sempre usam aves como símbolo: no interior do Estado, há também os chamados Cordões de Bichos.
Cerca de 21 grupos atuam na Grande Belém, segundo levantamento realizado pelo IAP – Instituto de Artes do Pará, mas existem outros em lugares como Itaituba, Região do Baixo Amazonas, Santarém, e no Marajó. Tucano, Beija-Flor, Tangará, Pequeno Guará, Tem-Tem, Rouxinol, Arara, Papagaio Real, Colibri, Sabiá, Bem-Te-Vi, Periquito, Uirapuru, Caboclo Lino Pardo, Coati, Leão Dourado, Pirarucu Encantado, Caititu, Guariba, Javali... Pássaros e Bichos que emergem da densa floresta imaginativa do povo, emoldurando em espetáculo o hibridismo de nossa cultura, fazendo de nossa terra uma Terra dos Pássaros.

Equipe GTB


Agradecimentos: a Equipe GTB agradece a inestimável colaboração de Rose Marie de Sousa Gomes, Pres. da Associação de Grupos Folclóricos de Belém, e Guardiã do Pássaro Pequeno Guará; Agenor da Silva Gomes, Guardião do Pássaro Tangará; Carlos Alberto de Souza Barbosa, Guardião do Pássaro Uirapuru; aos fotógrafos Alberto Bitar/IAP, e Elza Lima; João Cirilo, Rosa Oliveira e Computer Store.